Turtle Run 42K : Individualismo e Trilhas Nao Combinam!

Nas Provas

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A Turtle Run 42k Off Road foi um prova dura, fisicamente e psicologicamente. Paisagens incríveis, la do alto da Pedra do Telegrafo. Meu corpo continua com os estigmas do percurso. Mas a minha cabeça quer esquecer da experiencia (des)humana pela qual passei. Esse terceiro lugar na dupla feminina tem gosto amargo, e o trofeu para mim sempre sera uma lembrança do que não se pode fazer numa prova off road

Eu corri os dois primeiros trechos da prova. O primeiro era a estrada Recreio/Grumari, lugar de treino bem conhecido. Nenhuma dificuldade e consegui abrir um pouco. Os problemas começou no segundo trecho, ao iniciar o caminho pelas trilhas : dali para frente, foi um festival de egoísmo e individualismo.

– Staff com o nariz no celular, que tínhamos que chamar para ele indicar o caminho

– Eu cai na trilha, sem ninguém na minha volta. Levantei, olhei para os meus dois joelhos sangrando, meio em estado de choque, quando uma menina me passou correndo e gritou “Você é dupla ou quarteto?!” so consegui responder “eu cai”. “Mas você é dupla ou quarteto?!”. Ela não queria saber de mim, e sim da colocação dela.

– Outro staff que indicou a trilha errada. Quando voltei para trilha certa a menina que eu tinha deixado 3minutos atras estava na minha frente. 

– Competidor masculino, a anos luzes do pelotao de frente da prova gritando para eu “abrir o caminho” numa trilha onde mal se conseguia botar um pé en frente do outro. Teve que parar num cantinho para deixar ele passar, pois o mesmo quando eu pedi para ele esperar, que eu não tinha como abrir o caminho sem torcer o pé, começou a gritar que sim, dava para abrir. 

Espero que o individualismo nosso de cada dia não tome conta das trilhas. Trilha não é asfalto, o perigo é bem maior, e nessas horas a segurança de todos deve passar antes da competição por um lugar no pódio. E olha que o trofeu foi nível faixa etária e nem ganhamos um brinde sequer…. 

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Ficou feliz em fazer parte de uma equipe que não deixa ninguém atras, que se importa com os outros e que segura a sua mao quando você esta chorando no posto medical.  

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Creditos : Gustavo Nogueira

Jacarezinho de Braços Abertos e de Trofeu Quebrado

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Creditos: Guilherme Taboada

Apesar de amar e me dar bem na etapas do Projeto de Braços Abertos, foi de longe minha pior corrida : Muito cansaço acumulado nas ultimas semanas, muito calor, um ar seco, e uma dor que me derrubou no terceiro KM. Mesmo assim, peguei um segundo lugar. O trofeu, porem, veio quebrado, como um símbolo do que foi esse pódio : um segundo lugar por falta de competidores rápidos, não porque eu fiz o trabalho.

Mas foi uma prova interessante, uma bela historia de team spirit, daquelas que você lembra para achar a força de chegar a linha de chegada. Larguei bem, mas passei mal no 3o. E foi ali que eu vi o companheiro de todos os treinos, o Mario, abdicar da prova dele para me levar ao pódio. Ficou do meu lado, me acalmou, me fez ir devagar e respirar, ressaltando que eu estava segunda colocada e que não vinha ninguém atras de mim. Queria parar, naquele calor infernal. Foi so no ultimo km, avisando a moto abrindo o caminho para mim que me dei conta que eu ia mesmo fazer um pódio e que estava chegando. Consegui esquecer da dor e soltar as pernas novamente. Mas aquele sorriso ao passar a fita não foi sorriso de sensação de dever comprido – foi sorriso de “Ufa! terminei essa prova!”.

Tem que ser muito parceiro para fazer o que ele fez. So o esporte para trazer momentos desses: verdadeiros, brutos, espontâneos. 

O trofeu veio quebrado mas chegou dois dias depois, com um carta muito carinhosa do Instituto Xterra, adorei. Mas chega de segundo e terceiro lugares, neh? Na próxima eu ganho. 

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Meia Maratona do Rio de Janeiro : A Amada

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Essa segunda vez na Meia Maratona do Rio não podia ser tao diferente da primeira. A primeira vez foi linda, emocionante, inesquecível. Treinei 6 meses para alcançar essa meta dos 21K. Era novo. Era desafio. Aquele dia foi um sonho so.

2014 foi ano de me aventurar um pouco nas trilhas e de focar no WTR Arraial do Cabo, e os treinos ate junho foram pensados para essa prova.  Me inscrivi na Meia meio em cima da hora, mais porque eu gosto da confraternização que ela proporciona do que pela prova em si. Após Arraial bateu cansaço, como sempre depois de ter alcançado a sua meta. Cansaço físico e moral. Em junho os treinos foram um estresse so, devido a invasão de torcedores em copacabana. Com os feriados e os jogos, viram as longas noites comemorando com os amigos no boteco. Julho chegou, e com ele uma dor na panturrilha. Uma semana depois, foi a vez da gripe. Cheguei na Meia tossindo e cansada, com a sensação de não ter treinado bem. Mas mais do que isso, cheguei namorando.

Nunca teve namorado desde que comecei a correr, ano passado. E devo confessar que, por mais que eu valorizo e me orgulho da minha independência, por mais que eu quero que a corrida fique um momento meu e apenas meu, um pouco de amor nesse mundo de brutos não faz mal…

Quase desisti da prova quando na sexta, tomando vinho, brincamos de ir embora naquele momento para qualquer  lugar nas montanhas passar o fim de semana longe de todos. Passou muito perto de eu não ir na meia maratona. Mas sabia que ia me arrepender e que fim de semanas não faltarão para viajarmos. Segurei a vontade de largar tudo e, no sábado, fui dormir sozinha as 21h, com o despertador pronto para tocar as 4h.

Tive razão de ir : a prova foi sofrida, entre imunidade baixa e dor de garganta, mas ao mesmo tempo foi sensacional. Consegui chegar 10s depois da minha amiga/dupla/fera Rose. Nunca pensei conseguir seguir ela por 21k. E o melhor : alcancei minha meta de fechar entre 1h40 e 1h45 e entrar no Top 100 na prova.

Foi exausta, morrendo de frio e absurdamente feliz que cheguei em casa, para achar uma mensagem do namorado : “Parabens!! você foi a mais rápida da sua equipe e fechou em 1h48! Você é incrível!”. Esse fofo ja acordou pesquisando ( e analisando) os resultados! (mas ele sem saber estava vendo os resultados de 2013). Mas o melhor foi receber : “Vem para ca esticar as pernas no sofa, tem vinho e lasanhas esperando por você aqui”.

E assim foi o melhor pos-prova da minha vida : deitada no sofa, morta de cansaço e absurdamente feliz,  tomando um vinho delicioso escutando musica, enquanto um homem fantástico cozinhava lasanhas caseiras para eu repor as energias. Felicidade que não cabe no peito.

Conhecer ele esta sendo uma grande vitoria : alguém que não corre mas entende na minha necessidade de sair da cama as 6h no sábado para correr na floresta e que se orgulha das minhas conquistas, se orgulha de mim e se preocupa com o meu bem estar. Sem competição, sem ciúmes, sem jamais falar que “não entende” porque eu faço isso. Não é qualquer um que aguenta mulher tao rápida ou talvez mais rápida do que ele,  que não reclama de não poder dormir juntos na sexta porque “amanha tem treino” ou de não poder beber no sábado porque “amanha tem prova”. Não é qualquer homem que aguenta as unhas pretas, o cansaço, a dieta, as horas treinando, malhando.

Nao é qualquer homem que no dia seguinte da prova continua comentando o seu resultado : ” Você ficou em 63! Estou muito orgulhoso. Não tenho nada a ver com isso, mas to muito orgulhoso”. Não é qualquer homem. Esse, com certeza, não é qualquer homem.

Quero mais pos-prova desses!

Rei Rainha do Mar : Beach Run 5K na praia de Copacabana

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Foi a ultima, e talvez a mais divicil de todas! Areia não é a minha praia e pela primeira vez em muito tempo, fui numa prova com apenas a meta de terminar sem caminhar. Nem a meia maratona me deu tanto frio na barriga.

Mas eu fui, eu sofri, ralei, quis morrer, abandonar, o treinador me mandou calar a boca e terminar. Obedeci e terminei. Ate peguei uma 2a colocação na minha faixa etária, nada mal 🙂 Tem que esperar os resultados, mas parece que consegui entrar no Top 10 da prova. Valeu a pena mesmo!

O que dizer a respeito da prova? simplesmente perfeita. O kit mais incrível que já recebi, com direito a camisa e chinelo, podendo escolher entre varias cores, passagens de metro, biscoito, massa, barras de cereais : tudo pronto para encarar a prova. Organização sensacional, percurso legal (metade areia fofa/metade areia dura), premiaçao rápida, amigos queridos, nadadores lindos, na praia mais famosa do mundo.

Voltarei na próxima edição, pode ter certeza!

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Com as amigas! Foto do nosso fotografo Bruno Lopes.

4a Colocada na Corrida dos Fuzileiros Navais!!

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Dizer que eu estou feliz e satisfeita, é pouca coisa. Passei muito perto de chorar de felicidade!

Fechei meu 5k em 22’21, nova melhor marca pessoal! Parpei 4o lugar geral e voltei para casa com um lindo trofeu!

Mas nao foi nada fácil : Larguei muito forte e depois de 500m não conseguia mais respirar. Olhei pro Garmin e vi um pace de 3’53. Me acalmei um pouco e consegui me manter em torno de 4’20, ate o final. Mas a vontade de parar e deitar na grama para recuperar foi gigante. Achei a força de continuar nesse pace quando vi meu treinador no terceiro KM gritando que eu era 4a colocada. Como sabia que a premiaçao era para as 5 primeiras, segurei a dor, a vontade de parar, de beber, de deitar na sombra,  a dor de barriga que surgiu no ultimo km…. e fui.

Apareceu o portico da chegada no campo de visão, puxei, puxei, vi a fita extendida na minha frente… “consegui”. Sorriso no rosto, sem ar nos pulmões, mas com um trofeu!

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Foto: Bruno Lopes

Objetivo : Meu melhor 5k. Sexta. Game On.

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Geralmente prefiro guardar aquilo tudo dentro da minha cabeça ate a competição, mas dessa vez vou compartilhar : Sexta estarei voltando a competir na minha distancia preferida, o 5k, com o objetivo de baixar minha melhor marca de 23’45 na distancia. Sera a estreia de uma mini temporada bem legal, com 5k quase todos os fim de semana ate dezembro. Tenho pouco dinheiro no momento, e fiquei segurando a onda de querer voltar a pagar taxas de inscrição para competir. Ate fazer um calculo muito simple :

– A taxa de inscrição sempre sai mais barata do que uma noite na balada com os amigos

– Correr me faz mais feliz

– Acordar as 5:30am é mais fácil do que acordar de ressaca, seja ela moral ou não

Sexta estarei participando da Corrida dos Fuzileiros Navais no Aterro. No Aterro é meio chatinho mas essa é uma competição especial, com pelotões militares. Meu ex- namorado, atleta da Marinha do Brasil, sempre participou dessa e sempre voltou muito empolgado. Esse ano, já que eu virei atleta também, é a minha vez de correr. No meio de uma multidão de homens de uniforme, uebaaaa !!

Mas voltando ao assunto, meus últimos treinos foram muito bom e voltados para velocidade. Segunda-feira me surpreendi ao correr 4k a 4’35mn/km. Nunca pensei que eu fosse capaz de passar o marco dos 5’/km. Ja achava 4’50 muito bom, dessa vez pirei ao ver o Garmin!

Para quem quer arrasar no 5k, achei esse post do Jason Saltmarch. O cara, alem de maratonista, é featured blogger no Hufftington Post. Resumindo, e traduzindo :

Na planilha :

1- Um longao de 12/15km, ritmo leve, por semana, para trabalhar a resistência

2- Subidas para treinar a força

3- Intervalados para treinar a velocidade

4- Tempo run para treinar a capacidade de mante-la numa distancia cada vez maior

No dia da prova :

AQUECIMENTO! Isso muda tudo em provas curtas. 30min antes da prova, começar de leve e aumentar aos poucos. Maximo : 15 min.

Rei Rainha do Mar : Inscriçoes abertas!

Nas Provas

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Quem vai encarar a Beach Run 5K comigo ?

3 motivos :

– Correr na areia é desafiador, alem de fazer a bunda bonita. Fortalecimento muscular ++

– Correr na praia de Copacabana a beira mar é uma das coisas mais lindas que tem em vez de percurso

– Correr na praia de Copacabana a beira mar cercada por nadadores gatissimos de sunga é uma das coisas mais lindas que tem em vez de percurso

Convencida?

Quando : Dia 14 de dezembro, 7h

Onde : Praia de Copacabana

Quanto : 76 RS

Como : Aqui

Primeiro Pódio!

Nas Provas

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Foto : Bruno Neves Lopes

Hoje me arrastei da cama para ir correr no Morro do Borel, na corrida Borel de Braços Abertos . Foi a minha segunda participação nessas provas organizadas nos morros pacificados do Rio. Guardei uma lembrança tao linda da prova organizada na Rocinha que achei a motivação para levantar as 5h e ir là. Mas nessa preguiça post meia maratona que tomou conta do meu corpo e da minha cabeça essa semana, juro que eu quase desisti. Uma galera da Street Runners estava indo também, o que ajudou bastante a calçar o tênis novamente.

Cheguei là lembrando da minha ultima colocação numa prova que conta varias ladeiras : 12 lugar geral na Rocinha. Resolvi ficar na frente na largada, pois sabia que eu podia chegar dentro das 10 primeiras. Avisei a Isadora, jovem corredora do projeto Rota 5k do Futuro que tinha chegado 3a colocada na Rocinha e resolvi ficar de olho nela durante o percurso, tinha a sensação que ela podia me levar a uma boa colocação.

A prova começou com 2,5km planos, aproveitei para puxar o ritmo. Ja na metade na prova apareceu a primeira ladeira, rumo ao pico da comunidade. Essa ainda dava para correr. Ja na segunda, todos os corredores andaram. A terceira foi ate difícil de subir andando. No 4km voltei a correr mesmo, estávamos chegando perto, e chegando perto das descidas, ufa! Ultrapassei a Isadora, passei na frente de grupos de moradores batendo palmas e gritando “vai menina!” todos sorrindo e olhando para mim com um certo ar de surpresa. O que eu na sabia nesse exato momento, é que eu era a primeira mulher a passar na frente deles! Chegando na descida, tive o reflexo de segurar um pouco para poupar os joelhos. E foi ali que a Isadora me passou, fiquei impressionada com essa garota que ia la para baixo, solta, rápida, sem medo de cair. Final de descida, ultima curva, 100m de sprint ate a chegada, vejo duas meninas abrir uma banda de tecido na minha frente, corto a linha de chegada, tiro o fone de ouvido e escuto o speaker falar “Segunda colocada no geral feminino! Olha a cara de surpresa dela!” E realmente, foi uma surpresa!

Primeiro troféu! Primeiro pódio no geral!

Resumindo : Vale a pena levantar, lutar, se arrastar, porque nunca sabemos de qual o nosso dia sera feito.

5k : 32’14